Mindfulness
02/09/2020My postman is wise
25/09/2020O meu carteiro é sábio
Hoje o meu dia começou com um deslumbramento inspirador. Num cenário rotineiro, a sair de casa para ir para o trabalho, cruzei-me com o carteiro que há anos faz a distribuição das cartas no meu prédio. No tom alegre que me é habitual, fiz-lhe a pergunta educada do costume:
– Olá! Tudo bem consigo?
Mas a resposta não foi nenhuma das que normalmente oiço, das pessoas com quem me cruzo. Nem um: “- Sim, tudo. E consigo?”, nem o célebre: “– Vai-se andando…” tão amado dos portugueses.
Continuando focado na organização da papelada e sem sequer levantar o olhar para mim, ele dispara um: “- Faço por isso.”
Assim, puro e duro. Direto e sem emoção. Simples e profundo.
Levei aquela frase comigo e fui-lhe dando voltas nas voltas do caminho para o escritório. O dia decorreu e fiz o trabalho que tinha para fazer, almocei, falei com outras pessoas, dirigi a minha atenção para onde ela fazia falta, em todas as situações de um dia normal. Mas aquelas palavras ficaram a ecoar dentro de mim e a necessidade de as partilhar com o mundo foi crescendo, até se tornar inevitável o momento em que as ideias se transformam em texto.
E vai acontecer agora.
A lista que se segue agrupa todos os ensinamentos implícitos que encontrei nessa frase tão simples:
- Cada um de nós é responsável pela própria vida.
O concretizar dos nossos sonhos depende das atitudes que decidirmos tomar. A vida vai-nos apresentar infinitas oportunidades, mas somos nós que decidimos se as agarramos ou se não nos interessam. São os nossos valores, medos, preconceitos ou quaisquer outros condicionantes que nos fazem optar por um caminho. Mais ninguém é responsável.
- “Nada é uma perda de tempo se você usar a experiência com sabedoria”
Esta frase do escultor francês Auguste Rodin, autor de obras de referência como “O pensador” e ”O beijo”, tira uma conclusão genial acerca do uso que podemos fazer daqueles momentos, horas, dias, em que parece que não fazemos nada de relevante. Eles podem servir para nos mostrar exatamente quem somos, onde estamos, qual é o nosso ponto de partida. Só depois de termos consciência disto podemos saber para onde queremos ir.
- O incrível poder do livre arbítrio
Muitas vezes imaginamos como seria a vida dos nossos sonhos, mas será que pensamos no caminho para lá chegar? Será longo ou curto? Uma autoestrada iluminada ou uma enorme escadaria escura e sem corrimão? Vamos a pé, com uns sapatos confortáveis ou descalços e montados numa nuvem? É que a imaginação não tem limites, não é verdade? E a realidade, tem? Claro que tem, não vou falar de casos extremos, apenas quero chamar a atenção para muitos desses limites serem criados por nós. Então? É bem mais fácil ficar na nossa zona de conforto, no quentinho do sofá, a sonhar com “o que poderia ser se…” ou “o que eu gostava era de…” do que aprender a dançar na chuva. Quero com isto dizer que por mais que as condições externas nos condicionem, somos sempre nós que temos o poder de escolher como elas nos vão influenciar.
- Foco e determinação
Como é que uma frase de apenas três palavras diz tanta coisa?
“Faço”. Eu não penso, eu não desejo, eu não gostava que. Não há condicionais, nem passados, nem futuro. É o verbo fazer, no presente. Um presente firme, na primeira pessoa. Ninguém mais vai fazer a minha vida acontecer. Ela só depende de mim. Tenho consciência disso e confio em mim.
“Por isso”. Sei o que quero e para onde vou. As minhas metas estão definidas e sou eu que comando a minha vida.
Sabedoria? Genialidade? Simplicidade? Para mim é tudo isto e é muito!
E para si que esteve a ler até ao fim? Sinta-se à vontade para partilhar a sua opinião.
Até breve!